terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Conviver Bem Com Problemas Não Resolvidos!

Toda pessoa equilibrada, elegante e serena descobriu uma maneira de fazer isso.
A capacidade de coexistir com as coisas não resolvidas tem um valor prático enorme. Sem ela, só funcionamos bem quando tudo está perfeito (ou seja nunca).
Mesmo os problemas solucionáveis raramente apresentam respostas instantâneas. 
Até serem resolvidos, temos de conviver  com eles.
A maior parte dos aborrecimentos com os quais temos de conviver são apenas isso mesmo: aborrecimentos. Você pode receber uma carta do banco dizendo que seu cheque ou cartão de crédito estão com problemas, bem... mas é quase noite de sexta-feira e não pode fazer nada a respeito até segunda. Ou a sua melhor amiga pensa que você falou mal dela e não fala mais com você. Mas ela não atende às suas ligações, nem liga de volta para você ter a chance de resolver.
 De vez em quando precisamos coexistir com um problema sério.
 Uma mamografia suspeita, esperar o resultado de uma biópsia. Pode ser agonizante viver nesse limbo de não saber como anda a nossa saúde ou segurança, ou de alguém que amamos.Criamos coragem para superar os maiores desafios aprendendo a conviver serenamente com as trivialidades. 
A vida encantada é aquela que é vivida intensamente nos bons e nos maus momentos. Para conseguir isso, não esqueça que:


Há sempre algo que se pode fazer, alguma coisa que pode melhorar. Se você acordar um dia, sem nada para enfrentar, pode ser que o seu endereço tenha virado Jardim da Saudade.


Você não está "negando" nada quando reconhece um problema e se comporta normalmente, apesar dele. 
É essa a diferença entre ter um problema na vida e fazer da sua vida um problema.
Dilemas (situação embaraçosa com duas saídas difíceis e penosas) precisam de cercas para evitar que migrem. Cercar um obstáculo significa contê-lo para não afetar o resto da sua vida. Um exemplo pode ser
manter um problema menor no trabalho, em vez de levá-lo para a mesa de jantar ou cama...Se você tem cercas bem cuidadas, uma, ou duas, ou uma dezena de coisas que dão errado não invalidam as 147 que estão dando certo.
Quando se deparar com uma situação que não pode ser resolvida imediatamente, faça o que puder para conviver com ela. 
Converse sobre isso com alguém em quem confia. Escreva a respeito em seu diário, mesmo se só escrever " Isso não é justo!" em letras grandes, milhões de vezes. 
Use dez minutos ou meia hora do seu tempo para extravasar a raiva, o medo, ou ambos.
Depois faça o que puder para chegar a uma solução e dê um fim definitivo, como um ponto que termina uma frase.
Isto pode ser bem simples, como dizer para outra pessoa: "Fiz tudo que podia em relação a isso no momento." E então pare. Leia um livro. Dê um passeio. Tome uma chuveirada...
Não é fácil cuidar da sua vida em geral quando o que mais quer é ficar obcecada com uma pendência que incomoda.
Mas como disse uma vez Rudolf Nureyev sobre o balé:  " Nunca fica fácil. 
Torna-se possível."





segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Só Tu, Coração, Não Mudas!

Infância, que sorte cega,

Que ventania cruel,

Que enxurrada te carrega,

Meu barquinho de papel?

Como vais, como te apartas,

E que sozinho que estou!

Ó meu castelo de cartas,

Quem foi que te derrubou?

Tudo muda, tudo passa

Neste mundo de ilusão;

Vai para o céu a fumaça,

Fica na terra o carvão.

Mas sempre, sem que te iludas,

Cantando num mesmo tom,

Só tu, coração, não mudas,

Porque és puro e porque és bom!

 "Tempos do barquinho de papel"

Guilherme de Almeida (1890-1969)


 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dor! Tortura! De Mulher Para Mulher!

Por trás da glória que quase todos querem conquistar existe um grau de desconforto que quase todos desejam evitar.

O balé que parece fácil chegou a esse ponto por meio de um esforço prévio.
A música que gostamos de ouvir raramente foi escrita porque o compositor ouviu a melodia na cabeça e transcreveu. A agonia quase sempre antecede o êxtase. 
Qualquer pessoa pode pensar e descobrir, que já passou por algo assim.
Nada que os outros admiram apareceu por acaso, seja uma casa limpa, um jardim viçoso, uma aposentadoria próspera, ou uma criança educada.

Precisamos de coragem para estudar noite adentro ou levantar antes de o sol nascer para malhar na academia.
Isto implica impor à nossa vida o que a maioria das pessoas costuma evitar: disciplina, perseverança , ordem, repetição, e o dom de saber esperar a gratificação. Pense nisso como uma escola rígida para ter uma vida melhor e não sofrer com os hábitos saudáveis no cotidiano.

Isto não significa que o desconforto é desejável em si. 
Mas na maioria das vezes, se você se dispõe a tolerar um pouco, ele se transforma em outra coisa. Por exemplo, você já deve ter sentido aversão a fazer exercício, mas começou assim mesmo, e a sensação foi ótima quando terminou. 
Da mesma forma, atacar uma pilha de correspondência ou de roupas para passar pode  parecer um sofrimento horroroso. 
Vale insistir, contudo, que depois que começa a escrever, ou a passara a roupa, o trabalho assume vida própria e pode ser surpreendentemente agradável.
Para os pequenos desconfortos da vida diária , ou algum teste mais substancial da sua disposição,você possui recursos  que podem ajudá-la. Lembre que nada dura para sempre.
Tolere algum desconforto agora e vá em frente apesar dele.
 Acredite no que está fazendo. E saiba, acima de tudo, que não enfrenta nada sozinha.

Aceite o seu desconforto considerando-o parte do preço de admissão para a vida que quer. 
Enfrente o desconforto, receba-o e siga com ele até amadurecer e transformar-se em realização, satisfação e orgulho. 
Identifique-se o mínimo possível com o desconforto para não ficar presa.
 Resista à tentação de ter longas conversas sobre o esforço enorme que foi escrever sua dissertação, ou largar o cigarro, bebida, fazer sacrifícios para estudar ou trabalhar... 



Você conseguiu. 
As pessoas que precisam saber já sabem!
Você, principalmente.

"Victoria Moran"